Gabriela Cesario
2 de set de 20192 min
Durante a reunião de cúpula do G7 realizada no penúltimo final de semana de agosto, representantes de 32 marcas de destaque mundial na indústria da moda, assinaram um acordo idealizado por Emmanuel Macron, presidente da França, com o intuito de organizar projetos que diminuam os impactos da indústria da no meio ambiente.
A iniciativa abrange 3 pontos: clima, biodiversidade e oceanos. E tem como objetivo eliminar até 2030 os plásticos de uso único e o uso exclusivo de fontes de energia renovável na cadeia de produção da indústria fashion. Entre as marcas que assinaram o acordo estão Adidas, Chanel, Grupo H&M, Grupo Prada, Puma, Stella McCartney, entre tantas outras do setor de luxo e fast fashion.
Apesar de ser uma boa e importante iniciativa, colocando a sustentabilidade em pauta em uma reunião de grande destaque da mídia mundial, o acordo já é foco de críticas (pertinentes). Afinal, muitos ambientalistas e especialistas do movimento por uma moda responsável, questionam se as marcas estão realmente dispostas a realizarem mudanças em seus sistemas, como diminuir o nível desenfreado de produção e lançamento de coleções.
Em texto publicado pelo Projeto Colabora, a diretora educacional do Fashion Revolution Brasil, Eloisa Artuso, destacou que o pacto é importante para o setor, mas que precisa ser reavaliado, afinal, o Fashion Pact ainda está em nível macro, propondo que as companhias que assinaram o acordo apresentem relatórios de progresso de modo voluntário e não obrigatório.
Para Eloisa, a falta de transparência no processo pode dificultar o cumprimento das metas dentro dos prazos expostos na cúpula do G7, assim como não ajuda a avaliar quais foram os resultados e os desafios que as marcas encontraram e poderão enfrentar no caminho de mudanças.
Apesar desses pontos, o impacto esperado é grande. Afinal, a indústria têxtil é quarto setor mais poluente do mundo, sendo a responsável por ¼ do microplásticos presentes nos oceanos e gastando 80 bilhões de m³ de água anualmente. Sem pequenas mudanças, como as que os Fashion Pact propõe, em 2050 ela pode ser responsável por ¼ do orçamento do carbono mundial. Preocupante, não?
A expectativa é que os resultados sejam positivos e que haja mudanças de impacto rápido no setor. Afinal, a urgência é grande.
Confira abaixo a lista com todas as marcas que assinaram o acordo:
Adidas
Bestseller
Burberry
Capri Holding Limited
Carrefour
Chanel
Ermenegildo Zegna
Everybody & Everyone
Fashion3
Fung Group
Galeries Lafayette
Gap Inc.
Giorgio Armani
Grupo H&M
Hermès
Inditex
Karl Lagerfeld
Grupo Kering
La Redoute
Matches Fashion
Moncler
Nike
Nordstrom
Grupo Prada
Puma
Grupo PVH
Ralph Lauren
Ruyi
Salvatore Ferragamo
Grupo Selfridges
Stella McCartney
Tapestry.