Imagine se, no lugar do seu salário mensal, você recebesse um anual. E, na metade do ano, ele se esgotasse. Isso mesmo, saldo zero, sem nenhum centavo a mais para gastar e pagar suas contas. Você começaria a acumular dívidas e mais dívidas e até mesmo pegar um empréstimo, não é mesmo? Que desespero!
Usei a analogia para explicar o que está acontecendo com a Terra. Ou melhor, a maneira como estamos tratando-a. Em 2019, já utilizamos nosso orçamento de recursos naturais para este ano. Ou seja, já usamos nestes últimos sete meses toda a água, energia, minerais e vegetais que o planeta tem capacidade para produzir e renovar no período de 365 dias. Estamos no vermelho!
Todo ano, o chamado Dia da Sobrecarga da Terra acontece mais cedo. Em 2018, ele ocorreu em 31 de julho, em 2017, a data foi em 2 de agosto, em 2016, dia 8. Um dado assustador é comparar quando esse dia caiu em décadas passadas. Em 1971, foi em 21 de dezembro! Esta data é calculada desde 1969 pela organização internacional sem fins lucrativos Global Footprint Network (GFN).
#MudeAData: precisamos mudar nosso estilo de vida
Este ano, está sendo lançada também a campanha #MoveTheDate, #MudeAData, na tradução para o português. A ideia é acreditarmos que podemos mover a data do Dia de Sobrecarga da Terra para trás, 5 dias por ano. Com isso, a humanidade alcançaria a compatibilidade com os limites de um planeta antes de 2050.
Algumas das mudanças sugeridas pelo movimento, por exemplo, seria a substituição de 50% do consumo de carne por uma dieta vegetariana. Isso mudaria a data em 15 dias (dos quais, dez deles correspondem à redução das emissões de metano do gado).
Todas as recomendações estão associadas a cinco grandes soluções: energia, alimentação, cidades, população e planeta. Outras dicas são criar iniciativas no local de trabalho, reduzir o desperdício alimentar e exigir aos governos para gerirem os recursos naturais de forma responsável.
Que tal mudarmos nossos hábitos de consumo a partir de hoje?