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  • Foto do escritorMarcinha Novaes

Um pouco de quem sou!


Desfile Osasco Fashion Week 2020 para Ágama

Minha mãe conheceu meu pai quando veio de Recife para São Paulo. Não sabia que ele tinha um problema visual tão sério quanto o dela. Se casaram e só depois minha mãe ficou sabendo da gravidade do problema visual do seu parceiro.


Pensou muito em ter filhos, pois sabia que herdaria o mesmo problema já que ambos o tinham. Nasci quando minha mãe tinha quase 40 anos de idade!


Cresci com deficiência visual, nunca estudei em escolas adaptadas, inclusive na faculdade. Agradeço muito a meus pais por terem me criado sem nenhuma diferença ou privilégio, a cobrança era sempre maior para que eu soubesse como realmente a vida é. Foi a melhor criação que tive! Hoje sei lidar com o preconceito alheio e a dor que ele traz, porque dizer que isso não acontece é hipocrisia demais.


Passei por todo processo psicossocial de revolta, negação e aceitação. Não vou dizer que foi fácil, pelo contrário, mas são fases necessárias para nosso fortalecimento e amadurecimento.


Hoje eu não enxergo do olho esquerdo e tenho 15% somente da visão direita com o óculos. Uso minha bengala para me locomover e tenho muito orgulho de quem sou. Amo minha forma de ser, me aceito com todas as particularidades.


Sei lidar com o preconceito alheio e a dor que ele traz, porque dizer que isso não acontece é hipocrisia demais.


Lembrando que parte da conscientização social depende da nossa própria postura mediante ao preconceito e falta de conhecimento, ou seja, somos nós a nossa melhor ferramenta.

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