Aqui nós gostamos de saber a história das coisas, como são feitas, de onde vieram, mas principalmente gostamos de saber sobre a vida das pessoas que estão próximas a nós. Em 2018 conheci a Edna e a Vera, as duas são primas, completamente diferente uma da outra, mas a paixão que as unem é a confecção de bolsas.
Pra sorte minha, o ateliê da Edna fica muito perto do nosso ateliê e firmarmos uma parceria foi algo mágico pra mim. Estava vivendo uma fase de crescimento na Ágama e não tinha mais como, infelizmente ficar sentada na máquina de costura produzindo as bolsas e a saída seria terceirizar nossa produção. A primeira coisa que pensei foi: - Será que elas farão tão bem como eu faço? Após a primeira peça piloto eu tive certeza que elas faziam muito melhor que eu!
Aproveitando a Semana Fashion Revolution quis conhecer melhor a história de vida das costureiras da Ágama. Vera, tímida como só ela, preferiu não participar, e nos respeitamos.
Conheça agora um pouco mais sobre a Edna.
Desde criança sempre gostou de usar bolsas, a curiosidade em saber como era o processo de fabricação acompanhada da paixão fez com que ela começasse a confeccionar bolsas, hoje fica toda orgulhosa quando vê as peças prontas. Ser costureira de bolsas foi a profissão que escolheu e hoje já faz parte da sua identidade, ama o que faz.
Nascida em Alagoas, veio pra São Paulo com 2 anos, seu primeiro emprego, aos 16 anos foi como arrematadeira de roupas, depois ficou um tempo em Alagoas trabalhando na feira e perto de completar 17 voltou a São Paulo. A vida sempre foi muito difícil, aos 18 anos morando sozinha e longe dos pais teve que aprender a batalhar e trabalhar muito pra conseguir alcançar seus objetivos.
Quando chegou em São Paulo conseguiu emprego em uma fábrica de bolsas como ajudante de montagem e nunca mais parou de fazer o que sempre gostou. Depois de passar por algumas empresas realizou o maior sonho, montou sua oficina e hoje é uma microempresária. Ao decorrer do tempo teve que aprender na raça como administrar o seu negócio, porque segundo ela, quando se trabalha numa empresa o aprendizado muitas vezes é limitado, então quando montou a oficina percebeu a necessidade em aprender a costurar em várias máquinas, por exemplo.
Nesse momento de pandemia, está se sentindo apreensiva e com medo, mas tem fé que tudo isso vai melhorar apesar de saber que esse seria um período de alta produção para dia das mães e troca de coleção, mas como muitas empresas estão fechadas os pedidos diminuíram.
A maior parte da sua produção é como prestadora de serviço para outras marcas, por isso o processo produtivo é baseada naquilo que o cliente deseja de acordo com a necessidade de cada um, com peças exclusivas. Elas se inspiram acompanhando o que está em alta no momento usando materiais diferenciados, fino acabamento e dando durabilidade e sofisticação ao trabalho.
Quando questionada sobre a produção da Ágama, em relação a reutilização de tecidos, Vera diz “acho de extrema importância para ajudar o meio ambiente além de ser uma ideia inovadora. Usar um retalho que seria descartado se transformar em lindas bolsas”.
É ou não apaixonante conhecer histórias de pessoas tão determinadas com Edna? Essa é a história da Edna, é ela quem faz nossas bolsas.
Agora faça sua parte e questione as marcas dos produtos que você possui, quem fez suas roupas? Quem fez suas bolsas?
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