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Óleo no Nordeste: o maior desastre ambiental do litoral brasileiro

  • Foto do escritor: Romila Marques
    Romila Marques
  • 24 de out. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 5 de nov. de 2019

Desde o dia 30 de agosto, praias do Nordeste sofrem com o aparecimento de manchas de óleo no litoral. Até ontem, 900 toneladas do material já haviam sido recolhidas de 201 praias da região. Esse número equivale a 150 caminhões carregados com a substância.


O que se sabe, até agora, é que o petróleo encontrado nas praias do Nordeste tem origem venezuelana. Um laudo sigiloso produzido pela Petrobras foi o primeiro a registrar essa informação, ainda no começo da contaminação. Depois, estudos de universidades federais da Bahia e do Sergipe tiveram a mesma conclusão. Após essa informação, o caso ganhou notificação de alerta ambiental pelo Ibama no começo de setembro. De lá para cá, a mancha se espalhou e atingiu mais de 2.000 km da costa nordestina, afetando o Rio Grande do Norte, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Paraíba, Maranhão, Ceará e Piauí.

Foto: Bruno Campos JC Imagem

O derrame de petróleo afetou cerca de 194 praias nordestinas, além de 15 unidades de preservação. Ao menos em 201 praias houve registro de contaminação. O vazamento é considerado pela Marinha inédito na história do país, pela extensão geográfica da incidência e pela duração no tempo. O óleo cru causa grande impacto na biodiversidade e traz prejuízos socioeconômicos às localidades atingidas.


Embora os impactos sobre as pessoas que vivem nessas áreas seja uma preocupação, quem mais tem sofrido os danos do óleo são os animais, principalmente peixes, aves e tartarugas-marinhas, espécie ameaçada de extinção. O Projeto Tamar, por exemplo, deixou de lançar mais de 800 tartarugas nas praias do Sergipe e, pela primeira vez, fez a operação em alto mar. Os biólogos navegaram 30 km para soltar os animais longe da contaminação por petróleo.


Quais os impactos a longo prazo?

Pela abrangência da área atingida e pela importância dos ecossistemas afetados — recifes de coral, manguezais, estuários e praias arenosas — os pesquisadores apontam que os efeitos totais ainda serão sentidos. Isso significa que os impactos reais só poderão ser mensurados após estudos completos, abrangendo toda a área implicada no vazamento.


O que se sabe é que, com o tempo, o óleo emulsifica e forma o piche, uma mistura de hidrocarbonetos mais pesados. Esse novo composto interage com a matéria orgânica presente nas areias, podendo intoxicar as espécies de organismos associadas ao fundo do mar.


Este acontecimento já é o terceiro desastre ambiental ocorrido no Brasil, somente em 2019. No início do ano tivemos a tragédia de Brumadinho, em meados do ano, a triste queimada da Amazônia e agora, chegando perto do fim do ano, temos este infortúnio acontecimento no nordeste. É triste a atual situação do nosso país. O Brasil está em estado de calamidade. Por isso, cada dia mais é necessário discutirmos questões sobre ecossistema e cabe à nós cobrarmos das autoridades competentes um ações urgentes a respeito da preservação do meio ambiente.

 
 
 

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