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  • Foto do escritorMaria Lucia

Ayahuaska, um encontro com minha essência divina

É impossível definir com clareza o que se sente ao consagrar a Ayahuaska, as sensações são únicas, próprias e totalmente individuais. Tudo o que eu disser sobre o que senti, poderá não coincidir com o que você sentiu ou sentira ao consagrar a tradicional medicina.

E eu, em momento algum lhe direi tome ou não tome o chá. Isto é uma escolha pessoal!


O encontro com a medicina sagrada, traz descobertas através de acessos ao seu Eu interior, aonde ao conseguir manter longe o ego e o medo, vislumbra se um mundo totalmente desconhecido (ou não, havendo apenas a aceitação). Um mundo duplo, aonde passado e futuro se cruzam de forma surreal.



momento de consagração a ayuhasca
Foto: Arquivo Pessoal

Minha primeira experiência se deu de forma casual. Sempre tive curiosidade, e também medo. Ao acompanhar uma amiga para sua primeira consagração, me perguntei, porque não experimentar agora? E sem fazer mais perguntas que pudessem me fazer desistir, me vi lendo e assinando os termos de responsabilidade que as casas sérias incluem nos rituais, e após um período de descanso, estava eu na fila para minha primeira dose, de duas.


Não sei precisar quanto tempo demorou para que se iniciasse a alteração no meu estado de consciência (força) e consequente encontro com o sagrado, só sei que a medida que minha consciência foi expandindo, o padrão vibracional foi aumentando. De olhos fechados, deitada num gramado, e prestando atenção na respiração e nos hinários, viajei nos sentimentos e sensações.


Não da para definir as mirações, é algo místico, encantado, mágico e ao mesmo tempo real. Tampouco há controle, sobretudo se houver verdadeira entrega e confiança, a meu ver, o espírito voa livre, solto, liberto, ao encontro das coisas como elas são, ora são nítidas, diretas e reveladoras, ora enigmáticas, fugaz e de indescritível beleza psicodélicas e multiformes.

Os hinários auxiliam nossa mente no estado da força. Parece que uma onda de positividade e alegria toma conta de todo o ser.


Em alguns momentos a minha sensação era a de poder "tocar", " sentir" a música, como se a canção fosse algo concreto, e eu experienciei a cada novo canto, me vi nas estrelas, nas folhas das árvores, acariciando a grama e me peguei dançando ao redor da fogueira, em êxtase e felicidade plena. Minha primeira experiência foi maravilhosa, totalmente desprovida de medo e ego.


Na segunda vez que segui o chamado Madrecita, também me encantou com as lindas mirações, mas, me mostrou o lado obscuro da força, ou uma experiencia chamada de "pêia".

Me vi no limbo, senti dor, tristeza, chorei, vomitei, vomitei e vomitei, minhas dores, meus medos, minhas angustias, minhas raivas e decepções, minhas magoas. Tive medo da morte, das minhas verdades, lutei contra o ego e em alguns momentos ele venceu, e eu perdi. Perdi de ver o divino, perdi de ter respostas, porque amedrontei, recuei.


Mas após algumas reflexões, notei que não houve perdas. Por mais doloroso ou desagradável que possa ter sido, percebi que não houve nenhuma punição, a pêia produz efeitos benéficos, instrutivos e transformadores.


Ao longo da vida acumulamos muita energia negativa, muitos pensamentos e sentimentos ruins, muitos deles chegam ao nosso corpo, são somatizados na forma de doenças ou medos, e se você esta em busca de autocura, nada mais lógico e natural que ocorra um processo de enfrentamento e consequente limpeza e eliminação . A cura das mazelas físicas, emocionais e espirituais, se da no momento que há a entrega, a confiança e respeito total na medicina e nas pessoas que estão ali agindo e atuando o tempo todo com uma egrégora de luz e o pensamento voltado para a positividade.


Não sei definir o gosto da bebida, nunca bebi nada parecido, o cheiro é meio acido, a consistência de xarope, a dose (no meu caso) foi de cerca de 40ml, dividido em dois intervalos de aproximadamente 2 horas. O ritual todo, cerca de cinco horas. Os trabalhadores da casa o tempo todo solícitos e emanados numa energia pura, de força e luz.


Ayahuaska não é curtição, não é encontro para curtir brisa, é amorosidade, é colo de mãe, amorosa e severa, é medicina, é a construção de um processo de consciência, autocura, auto respeito, auto responsabilidade. É plena busca para ser um ser melhor, desde que você esteja disposto a trabalhar para isto.


Ayahuaska é a cura pelo amor, ainda que ocorra algum momento de dor!.

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