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O verde é o novo preto

A importância da sustentabilidade no mundo da moda


Foto: Divulgação/ Moda Limpa

O conceito de sustentabilidade tem sido debatido em todas as instâncias da sociedade e na moda esse tema também tem ganhado bastante destaque. As novas demandas do consumidor contemporâneo, que busca produtos que respeitem o meio ambiente e sejam produzidos de forma racional, fazem a produção sustentável ganhar cada vez mais espaço.

A indústria têxtil é a segunda mais poluente do mundo, perde apenas para a indústria de petróleo. O uso de pesticidas e inseticidas nos tecidos causa a poluição da água, solo e ar. Os agrotóxicos usados para o plantio do algodão, os produtos químicos usados na fabricação e os resíduos das roupas descartadas em aterros são os custos ambientais de uma peça de vestuário. Além disso, a indústria têxtil consome 93 trilhões de litros de água, por ano, que significa 4% da captação mundial de água doce anual.

O algodão é a fibra que representa 90% de todas as fibras naturais usadas na indústria da moda e está presente na maior parte do nosso guarda-roupa. Mas também é a fibra que mais consome água. A produção de apenas 1kg de algodão equivale a o que uma pessoa bebe em dois anos e meio.


Considerando todos esses impactos, o mundo da moda está cada vez mais buscando alternativas para a conservação do meio ambiente. Com isso, surge a moda sustentável e a necessidade de engajar cada vez mais consumidores em atitudes que estejam ligadas ao conceito de consumo consciente.

Mas, o que é moda sustentável?


Também chamada de eco fashion, a moda sustentável está ligada à forma que as peças de roupas são produzidas. Ela se preocupa em usar métodos de produção com menor impacto ambiental possível. Com isso , diversas marcas estão se destacando neste setor por pensarem em todo o processo produtivo, incluindo transparência na cadeia de fornecimento, uso eficiente de água, reciclagem de peças e evitarem o uso de matéria-prima animal em suas criações.

É o caso da loja AHLMA, conhecida por utilizar apenas tecidos recuperados de estoques de fábricas e materiais certificados, de origem orgânica e livre de crueldade animal. A loja, idealizada pelo diretor cocriativo André Carvalhal e pelo Grupo Reserva, lançou um e-commerce e inaugurou em junho de 2017 um espaço na Rua Carlos Goés 208, no Leblon: a Academia da AHLMA.

O processo de produção da marca é invertido. Ao contrário das lojas convencionais, em que o estilista desenha as peças para depois comprar a matéria-prima, na AHLMA busca-se os materiais disponíveis para reaproveitamento e só depois são feitas as criações. As roupas são pensadas para durar muito mais que o tempo de uma ou duas estações, por isso, quem está acostumado a comprar roupas em lojas de fast fashion pode se assustar com os valores.

A sustentabilidade e o slow fashion são conceitos que pregam o consumo mais racional e prezam mais pela qualidade do produto, sendo assim, as marcas que têm esse conceito agregado, costumam ser mais caras. Então, se você está querendo entrar nessa onda agora, não gaste milhões em novas peças de roupas, existem algumas mudanças simples que podem ter ajudar a ter uma guarda roupa mais sustentável. Começar por brechós é uma ótima opção.

Há tempos que brechó não é sinônimo mais de roupas velhas, desgastadas, rasgadas e fora de moda. Os brechós, além de preços acessíveis, atendem demandas diversas, que vão do infantil ao Plus size. Stephanie Novello, de 20 anos, estudante de moda e fundadora do brechó online Not2old, conta que começou a vender as roupas mais ou menos dois anos com o objetivo de vender com preços acessíveis e que futuramente pretende criar uma marca. Para ela, o brechó vai além de comprar roupas baratas, é sobre ter história envolvida, é “reutilizar ao que está jogado de lado a anos e que fez parte da história de alguém. Quando eu garimpo uma peça, eu sempre fico pensando a quem pertenceu, de onde ela veio e em que armário ficou morando” revelou Stephanie.

"Eu sei que muitas pessoas tem preconceito em reutilizar roupas  ou reaproveitar materiais que já foram roupas de outras pessoas. Tem gente que acha que existe uma energia negativa ali naquelas peças. Mas pra mim, essa é uma visão totalmente ultrapassada" acrescentou ela.

Quando o assunto é brechó, Nátaly Neri é especialista. Ela é estudante de ciências e idealizadora do canal “Afros e afins” que possui mais de 500 mil inscritos. Lá, ela aborda temas sobre racismo e feminismo e moda sustentável. Nátaly defende o consumo da moda de forma consciente. Para ela, comprar em brechós foi umas das alternativas que “entrou para economizar dinheiro e evitar contribuir com uma indústria que polui e que muitas vezes utiliza o trabalho escravo. Pra mim moda é um posicionamento político e uma forma de reflexão sobre uma cultura que vai além da estética”. 

Ela fez um vídeo bem legal falando da sua visão sobre moda consciente. Dá uma olhada!




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