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  • Foto do escritorMaria Lucia

Um novo tempo


O eu, criado a imagem e semelhança do criador, se dÉle se aproxima, como ele se torna e assim se livra de todos os males. Amém!


Este religare se dá também junto aos pares, até aquele sujeito (invisível) que nunca antes fora notado, e que permanece dia após dia na portaria do prédio, se torna uma figura ilustre. Será ele que levará as compras ou correspondências a um lugar seguro, aonde será possível resgata-las, sem risco de ser surpreendido pelo inimigo - seja ele visível ou não. A própria redenção.


Existe também uma alteração na duração do tempo e do som.

O silencio se eleva, como se não fosse mais possível falar alto, gargalhar espalhafatosamente, ou ouvir a musica preferida no ultimo volume, o inimigo a espreita não pode dar conta da nossa presença, então devemos ficar incólumes, como o porteiro (invisível) na porta do prédio, ou por detrás da guarita, a espreita. A mosca bate freneticamente suas asas, provocando um zumbido que pode ser ouvido a distancia, será que ela, a mosca, por ter aprendido a se elevar acima de tudo e de todos, como a um anjo, não necessita mais de salvação?


O tempo que antes, de tão curto, nada permitia ser feito, agora se alonga e o ponteiro do relógio parece aquela gota, que se forma na boca da torneira vagarosamente. E cai, no silencio da noite repercutindo longamente, até que nova gota se forme, e novamente caia, e se forme, e assim se arrasta na agonia de formar um minuto, sucessivamente. E se antes tão curto, agora se somam as horas, na angustia do não ter o que fazer, a não ser ver as horas se arrastarem, a espreita que o sol retorne e se ponha novamente, até que um novo dia surja, e a pomba branca da paz, traga no seu bico o galho da oliveira, mostrando que finalmente chegou o novo tempo, a nova era.


E todos finalmente salvos para recomeçarem a vida, como sempre foi, porém sabendo que nada será como antes.

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